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Rauhnåcht - "Urzeitgeist" Review


E aos primeiros segundos de “Urzeitgeist” fez-se noite, não porque é a sua hora, mas porque por artes universais deu-se um eclipse musical. Face a esta descrição, só podemos abrir as portas a um estilo sonoro, o Black Metal. Sendo este o segundo trabalho de originais dos Rauhnåcht, convém, antes de tudo, esclarecer que este é um projecto de um só elemento, o multi-instrumentista Stefan Traunmüller, cujo percurso já reúne a passagem por várias bandas conferindo-lhe, por isso, o estatuto de músico experiente.

Acima de tudo, é o que se ouve neste“Urzeitgeist”, o conjunto de ideias apresentadas denota clareza e certeza do caminho a percorrer, os quais são claramente reforçados pela capacidade criativa e instrumental do músico. Não esperem mais um álbum do género porque os ingredientes estão todos cá, o ambiente, a rudeza, a magia, o folclore, os teclados, os coros, as passagens acústicas, tudo muito bem combinado e equilibrado. Há ainda que mencionar o conjunto de texturas sonoras  que nos desafiam os sentidos, principalmente pela inclusão dos instrumentos de sopro. 

Se a Suécia e a Noruega são percursores desta linhagem, está mais que na hora de começar a aceitar os seus descendentes por este mundo fora, que neste caso, são oriundos da Áustria. Não que este país seja recém chegado a estas andanças, mas porque a adicionar a uns Abigor, agora também podemos mencionar o nome dos  Rauhnåcht.

O início de “Einsam Ist's, Durch's Moor Zu Geh'n “ remete-nos para uns Primordial ao mesmo tempo que invoca uns Borknagar, “Rauhnachtskind”dá-nos uma lição do que é ser Épico sem perder o fio à meada, “Geisterreiter” assombra-nos com a sua sinceridade melancólica e “Zeitentor”eleva-nos num para mantra meditativo Hindú. Momentos chave para abrir este portão doirado que é “Urzeitgeist”!

Um bom disco para uma banda da qual se esperam maiores feitos no futuro. Fim do Eclipse!

Nota: 8/10

Review por Pedro Pedra