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Vesania - "Deus Ex Machina" Review



Quando surgiram, os Vesania notabilizaram-se por ser um projecto polaco que tinha como força motriz um membro dos Behemoth (Orion, que embora toque baixo nos Behemoth, nos Vesania surge como guitarrista e vocalista), embora ao longo dos tempos, outros dos seus membros se tenham notabilizado noutras bandas como Vader e Dimmu Borgir (Daray, baterista) e Decapitated (Heinrich, baixo). Apesar de ter ganho algum destaque por parte da imprensa, os Vesania acabaram por não despertar uma atenção por aí além. Onze anos depois da sua estreia, a banda chega ao quarto álbum com cortesia da Metal Blade.

O facto de estarem numa editora como a Metal Blade já é algo que joga a seu favor, tendo uma abertura de mercados que se calhar com a Napalm não teriam, mesmo que pareçam algo desajustados das propostas típicas da editora independente norte-americano, mas o que interessa saber é se há realmente qualidade que justifique essa expansão. Para já, a proposta surge dentro daquilo que a banda tem feito desde o início, black metal melódico e sinfónico com elementos de death metal à mistura. Nesta altura do campeonato, será algo difícil de surpreender e até um pouco complicado cativar alguém para um som assim como aconteceria naturalmente dez anos atrás. Isso não significa de que “Deus Ex Machina” é um álbum mau. Não é, apenas desfasado do seu tempo.

Há uma clara intenção de contar histórias – definitivamente a melhor forma de apresentar black metal melódico – e o título também vai encontro disso mesmo (Deus Ex Machina é um artífice usado por escritores quando chegam a becos sem saída nas suas narrativas, seja pelo aparecimento de personagens inesperadas assim como situações que possam resolver o problema). Em termos sonoros, não se pode dizer que exista um conjunto de canções memoráveis ou marcantes, mas o facto de as regras do estilo serem bem tratadas, facilita a que se volte ao álbum de vez em quando. No entanto, e tendo em conta o actual estado das coisas para este género, a salvação do mesmo não passa por aqui.

Nota: 6.5/10

Review por Fernando Ferreira