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Entrevista aos Devilment


Os Devilment têm andado nas bocas do underground por causa do seu álbum de estreia. Parece que ter o Dani Filth como vocalista nem sempre é sinónimo de sucesso. O tema “Even your blood group rejects me” tem sido alvo de severas críticas e os fãs de COF já manifestaram o seu desapontamento perante o novo projecto de Dani Filth. Mas nem só de Dani Filth vive esta banda e o fundador Daniel esteve à conversa com a Metal Imperium para nos falar dos Devilment que acabaram de lançar o seu álbum “The Great And Secrete Show” através da grande Nuclear Blast. Em algumas respostas contou com a ajuda de Colin.


M.I. – O que te inspirou para formar os Devilment?

Eu tinha estado em várias bandas e sempre fui um músico de sessão na maioria delas e queria ter uma cena só minha. Há 10 anos atrás, comecei a escrever e a criar as fundações do que se viria a tornar Devilment. Foi mesmo uma necessidade de escrever para mim. Nunca pensei lançar um álbum ou andar em tournée.


M.I. – Quão fácil/difícil foi encontrar os músicos certos?

É difícil arranjar os músicos certos para qualquer que seja a banda. É sempre um enorme desafio conseguir encontrar as pessoas certas que queiram fazer a mesma música e que tenham a mesma paixão e motivação que tens.


M.I. – Dani é definitivamente o músico mais conhecido da banda e o que recebe mais atenção. Como é que os outros membros reagem à atenção recebida por ele?

Não me incomoda. Sou um grande fã de Cradle of Filth e é uma honra estar a trabalhar com o Dani. Penso que não afecta nenhum de nós. Também os vocalistas costumam receber mais atenção independentemente da dimensão da banda.


M.I. – O que inspirou o álbum e título “The Great and Secret Show”?

Eu penso que é um livro do Clive Barker. O Dani lê muito, mas mesmo muito, ao contrário de mim que passo demasiado tempo nos pubs. (Risos) Eu e o Dani conversamos sobre títulos para o álbum e esse título parecia captar e descrever na perfeição todo o sentimento e vibração do álbum. A capa também faz a ligação com o mesmo.


M.I. – O Dani referiu que o novo álbum é uma “viagem de proporções maléficas pelo mundo do horror metal”. Ele é fã de horror e os outros membros também?

Evidentemente! Eu adoro tudo o que esteja relacionado com o horror, desde os filmes de martelos aos dos monstros, porque basicamente cresci com eles. Infelizmente, não assisto a muitos filmes hoje em dia, pois prefiro ver séries como “Homeland” e “Criminal Minds”. Mas posso dizer que todos apreciamos o horror.


M.I. – Quem escreveu as letras para os 10 temas do ábum?

Foi o Dani porque eu não sou capaz de escrever letras. Já tentei e ficaram mesmo horríveis. (Risos)


M.I. – O álbum foi lançado no passado dia 31 de outubro. Foi uma coincidência ou a data foi cuidadosamente escolhida?

Para ser sincero, não planeamos que fosse assim, simplesmente aconteceu. O álbum estava pronto, tínhamos assinado com a Nuclear Blast e queríamos lançar o álbum o mais rápido possível. Eu penso que o pessoal já sabia da existência da banda e aguardava o álbum com alguma ansiedade, portanto passamos muitas noites em claro a tentar ultimar todos os detalhes para que o álbum fosse lançado com a maior brevidade possível.


M.I. - “The Great And Secret Show” foi gravado nos Grindstone Studios em Suffolk com o produtor Scott Atkins. Quanto tempo demorou a ter o álbum como querias? Porque escolheste trabalhar com este produtor?

Demorou cerca de um ano desde que começámos até termos tudo concluído, apesar de não ter sido um ano sólido, pois tivemos de nos moldar aos horários que o Scott e o Dani tinham disponíveis. Mas tal até funcionou bem para nós, porque podíamos sentar-nos e ouvir o material que tínhamos com calma e fazer as alterações que consideramos necessárias.


M.I. – A capa foi criada pelo lendário Drake Mefestta e representa a fuga de uma das vítimas do Jack O Estripador. Ficou tão horrífica quanto querias?

Eu sou um fã de Cannibal Corpse portanto, se tivesse sido eu a fazê-la, seria um corpo mutilado cercado de zombies ou algo do género. (Risos) Eu curto a capa porque tem aspectos subtis e sempre que olho encontro um novo detalhe. Acho que não é horrífica porque temos de ser cuidadosos quando queremos algo mais violento ou gore como os CC e outras bandas. Gosto da capa e acho que até tem classe.


M.I. – O vídeo do tema ‘Even Your Blood Group Rejects Me’ é muito místico, cheio de clips a preto e branco intercalados com alguns laivos de cor. Apesar de eu não sofrer de epilepsia fotosensível, tenho de admitir que, no final, tinha uma ligeira dor de cabeça. Porque decidiste fazer o vídeo assim?

Foi ideia do director Sam Scott Hunter e nós aceitamos. Gosto muito do que fizemos. Curto as imagens rápidas em que nem se consegue ver as pessoas e acho que é ideal para o tipo de álbum… é um vídeo que deixa as pessoas usarem a sua imaginação.


M.I. – O Dani e a Lauren são fãs de Tim Burton. Se surgisse a oportunidade de ele dirigir/produzir um vídeo dos Devilment, qual o tema que escolherias e porquê?

Seria “Girl from Mystery Island” e até já tenho uma ideia do que gostaria que ele fizesse. É um tema muito animado e groovy e seria um excelente vídeo musical.


M.I. – Dirias que os temas de Devilment resultariam bem como banda sonora de um filme? Se sim, qual?

Hmmm, nunca pensei nisso. Nem sei bem onde encaixamos musicalmente, muito menos em que filme ficaríamos bem!!


M.I. – O Bam Margera, estrela do programa Jackass da MTV, fez um dueto com o Dani na cover que os Devilment fizeram do tema “Beds are Burning” dos Midnight Oil. Como surgiu esta parceria?

Eles são amigos e como o Dani tinha cantado no álbum dele, retribuiu-lhe o favor.


M.I. – Os Devilment estão neste momento em tournée com Lacuna Coil e Motionless in White. Como está a correr? Os Devilment estão realmente a fazer um “Great Show” ao vivo?

Está a correr muito bem. Os Lacuna Coil são espectaculares. Até agora temos passado muitas noites em branco e cometido vários excessos. É a nossa primeira tournée e estamos a divertir-nos imenso!


M.I. – Nos espectáculos ao vivo, os Devilment usam efeitos especiais? Tencionais vir a usá-los para tornar o espectáculo mais teatral?

Daniel: Não temos efeitos especiais nesta tournée. Somos simplesmente nós em palco a tocar os temas. Mas consigo mesmo imaginar-nos a fazer algo mais teatral no futuro.
Colin: Neste momento, estamos a fazer a abertura de duas bandas de nome o que nos impede de ter mais tempo de espectáculo e de termos restrições em termos de ornamentos no palco, pelo que nesta tournée não temos efeitos nenhuns.


M.I. – Já te questionaste se a Nuclear Blast assinou convosco por causa da qualidade da música ou se por causa do Dani?

Claro que ajudou imenso termos o Dani na banda mas para sermos assinados precisamos de ter bons temas e nós temos isso. Como já mencionei anteriormente, tem sido uma honra trabalhar com o Dani.


M.I. – O que é que o futuro reserva para os Devilment?

Daniel: Neste momento, tournées e mais tournées e festivais de Verão no próximo ano. Já começamos a alinhavar as ideias para o próximo álbum que eu gostaria de começar a gravar ainda este ano.
Colin: Para já, temos um contrato de dois álbuns com a Nuclear Blast o que faz com que lancemos pelo menos mais um álbum. Temos alguns festivais confirmados para 2015 e que serão anunciados na altura certa.


M.I. – Os fãs Portugueses terão o prazer de vos ver ao vivo num futuro próximo?

Daniel: Eu nunca fui a Portugal e adoraria ir aí tocar.
Colin: Eu adoraria ir a Portugal já que tenho aí um bom amigo e músico de sessão, Mr. Fred Brum, que eu sei estar ansioso por nos ver ao vivo. Já conheci muitos fãs portugueses aqui no Reino Unido e todos parecem ser fantásticos e apaixonados pela música que ouvem.


Entrevista por Sónia Fonseca