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Filter - "Crazy Eyes" Review


Os Filter sempre foram vistos por alguns como uns primos pobres dos Nine Inch Nails, não sendo alheio o facto de ter sido fundado por Richard Patrick, guitarrista ao vivo dos... Nine Inch Nails. A sua sonoridade vem um pouco na mesma linha, ou seja aquele rock industrial que é capaz de criar culto - ou pelo menos para aquele grupo de pessoas que não gostava propriamente de rock mas que gostam das experiências sonoras em forma de música que que resultavam de bandas como Nine Inch Nails ou os próprios Filter. O que distingue os Filter do resto é mesmo a sua capacidade para fazer músicas que se colam imediatamente aos ouvidos e essa é uma característica dos Filter que está bem presente aqui. Isso e a presença das guitarras pesadas.

"Pride Flag" é o exemplo perfeito como se pode ter um tema que nos empolga e sem dúvida um dos grandes destaques deste álbum, embora, verdade seja dita, este trabalho tem muitos poucos momentos mortos. Uma espécie de cruzamento entre a estética dos já mencionados até à exaustão Nine Inch Nails e a capacidade para fazer músicas com grandes refrões ou pelo menos momentos marcantes, como Marilyn Manson - duas entidades tão próximas como distantes. Para quem gosta deste género tem aqui um banquete, embora, provavelmente esses não notarão, fique por vezes a sensação de que temas como "Take Me To Heaven" poderiam ter sido gravados e lançados em 1999 que teriam o mesmo impacto que agora.

Quando o rock industrial tem a obrigação de estar um pouco mais à frente do seu tempo, parece que os Filter estão um pouco atrás, já que a sua dose de rock industrial soa-nos como se tivesse sido feita no século passado. A banda não parece, no entanto, estar muito preocupada com isso, já que em grande parte de "Crazy Eyes" está ocupada a rockar à grande, tendo apenas em momentos como "Welcome To The Suck (Destiny Not Luck)" e "(Can't She See) Head Of Fire, Part 2", momentos mais melódicos e calmos mas que acabam por ser bastante eficazes. No geral é um álbum de qualidade, rico e diverso, que, mesmo surgindo fora do seu período de maior sucesso comercial, tem valor para estar entre as melhores propostas do género.


Nota: 8/10

Review por Fernando Ferreira