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October Tide - "Winged Waltz" Review


Regresso do Doom. Apesar de não ser uma banda que tenha uma aclamação generalizada ou um sucesso esmagador, para nós, os October Tide representam na perfeição aquilo que é (ou deveria ser) o doom metal, sem desprezar as raízes do género que teve a sua génese em Black Sabbath. Para quem foi introduzido ao metal em meados de noventa, reconhecerá que os October Tide têm aquela sonoridade clássica do estilo mas sem serem também uma caricatura do passado. E é esse equilíbrio que faz com que esta banda continue a acertar em cheio, álbum após álbum, principalmente desde que voltaram para esta segunda encarnação.

E o que é que é necessário para se ter um bom álbum de doom, deste doom que tentámos descrever atrás? Emoção, toneladas de emoção. Mais do que técnica e brilhantismo instrumental, é necessário uma dose certa de emoção – porque se tiver também demasiada emoção e a coisa ficar lamechas, o peso perde-se e as coisas não soam tão efectivas como seriam desejáveis. E é precisamente o que temos aqui. O facto de se manterem as vozes guturais, é apenas parte desse peso –  faixas como “Nursed By The Cold” e “Perilous” fizeram bom uso também do pedal duplo, mesmo que por instantes.

Ao quinto álbum, os October Tide não são mais uma banda que se sustenta pelo passado e por ter sido a banda onde Jonas Renske participou para mandar uns urros. “Winged Waltz” apresentam-nos como uma das grandes propostas de doom metal da actualidade, que souberam transportar para o novo milénio o melhor que o género tem a oferecer. Desde a abertura hipnótica (no seu melhor estilo) de “Swarm”, até à épica “Coffins Of November”, está aqui um dos álbuns mais fortes e sólidos dos October Tide. Recomendado senão obrigatório mesmo.


Nota: 9.1/10

Review por Fernando Ferreira