Os Ghost são sem dúvida a banda de metal em maior ascensão que apareceu na última década, sendo que o seu quarto álbum, o recém-lançado "Prequelle", parece ter sido concebido com a ambição de aumentar ainda mais a dimensão destes suecos.
De algo não se pode acusar os Ghost, de ser uma banda que se repete. Com umas quatro dezenas de músicas originais desde o seu início, todas elas diferentes entre si, isso prova a grande capacidade de Tobias Forge enquanto compositor. O novíssimo "Prequelle" até é o mais abrangente e dinâmico trabalho dos Ghost até à data. É melhor ou pior do que os outros álbuns? Seria injusto comparar a nova obra com as anteriores dos Ghost, o que parece claro é que todos os quatro álbuns são excelentes, cada um à sua maneira.
Quem estiver ainda à espera que a banda lance um "Opus Eponymous" parte dois ficará desiludido. Quem já tiver percebido que dos Ghost se pode esperar sempre o inesperado mas sempre com qualidade, poderá então apreciar este "Prequelle". Aqueles que estiverem à espera de um álbum puramente metal podem ficar sentados, porque desde o primeiro álbum que o elemento pop está presente na sonoridade dos Ghost e essa face da banda está mais descoberta do que nunca nos sensivelmente 40 minutos de duração do novo disco.
"Prequelle" não pode ser considerado nem avaliado como um álbum de metal, pois o rock e o pop têm uma presença acentuada neste registo. O álbum até começa em força com as únicas faixas metal do álbum. Falamos de "Rats", destinada a ser um hit do projeto de Tobias Forge e "Faith", a música mais pesada e que faz lembrar os Ghost dos primeiros tempos. No resto do álbum pode-se encontrar três baladas nas quais é digna de registo a presença de piano, duas faixas instrumentais a roçar o prog, "Miasma", que conta com um solo de saxofone na parte final e "Helvetesfönster" que tem como convidado o ilustre Mikael Åkerfeldt que se faz ouvir na guitarra acústica. Talvez seja excessiva a inclusão de duas músicas instrumentais num álbum de Ghost, possivelmente grande parte dos ouvintes irão passar esses momentos à frente mas verdade seja dita, o resultado final dessas faixas é claramente positivo, principalmente no que diz respeito a "Miasma". Além das baladas e das instrumentais ainda temos direito a duas faixas claramente rock: "Dance Macabre" e "Witch Image" a fazer lembrar Scorpions em ambas as músicas, assim como Kiss na primeira e nomes pop compatriotas dos Ghost, como ABBA e Roxette, na segunda. Voltando às baladas todas estas são muito satisfatórias, "See The Light" tem fortíssimos pré-refrão e refrão, "Life Eternal" conclui o álbum em grande estilo mas é "Pro Memoria" que se aproxima mais da perfeição de "He Is", um dos êxitos do antecessor de "Prequelle", o aclamado "Meliora".
Lançados para a ribalta com "Opus Eponymous", os Ghost nunca quiseram replicar esse trabalho, o que seria o caminho mais fácil. A banda de Tobias Forge arriscou sempre ao fazer álbuns diferentes e, até agora, o que tem prevalecido é a qualidade da música, mais do que o mistério que envolveu o grupo até bem recentemente. Os temas têm falado por si e no presente álbum tal não foi excepção. Até agora têm sido só tiros certeiros por parte desta entidade singular do rock/metal/pop/música que dá por nome de Ghost.
Nota: 9/10
Review por Mário Santos Rodrigues