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Entrevista aos Ministry

O nome Ministry não precisa de apresentação! A banda de Al Jourgensen continua em grande forma e o novo álbum “AmeriKKKant” é a prova disso. Cesar, um dos membros mais recentes, esteve à conversa com a Metal Imperium sobre o novo álbum e a experiência de tocar numa das bandas mais originais de sempre...

M.I. – Os Ministry farão uma segunda tournée nos EUA em Novembro / Dezembro com os Carpenter Brut e Igorrr. Quais são as tuas expectativas?

Eu, sinceramente, não gosto de ter expectativas, e isso vale para qualquer coisa na minha vida. Eu gosto de ser surpreendido e manter essa emoção viva quando a surpresa me atinge. Sinceramente, não sei o que esperar. Isso é emocionante!!!!


M.I. - O anúncio declara “Novas músicas! Novos convidados! Novas galinhas! ”… O que os fãs podem esperar dos próximos concertos?

Eu diria para esperarem o inesperado. Nunca se sabe o que pode acontecer num concerto dos Ministry.


M.I. - Como surgiu a ideia de ter galinhas insufláveis em palco? As galinhas representam as ideias que a banda não pode falar “livremente”?

O Al teve a ideia de ter essas galinhas Trump no palco. Todo o concerto é sobre a liberdade de expressão e falar contra os problemas que estão a afectar as nossas vidas diárias !!!!! O Al não hesita em falar contra as coisas que o incomodam em tudo!!!! Ele não é medricas e eu respeito-o muito por dizer as coisas como elas são!!!!!!


M.I. - A banda vai começar a tournée europeia daqui a alguns dias... qual a principal diferença entre as audiências na Europa e na América?

Ambos os públicos têm uma dinâmica muito diferente. A Europa parece estar um pouco mais sintonizada com uma variedade maior de géneros e muitos outros festivais do que os Estados Unidos.


M.I. – A vossa tournée de Verão na Europa terá os Converge, Grave Pleasures e Chelsea Wolfe como convidados especiais. Foram-vos sugeridos ou são escolhas pessoais?

Acabámos de terminar a primeira parte dos EUA com os Chelsea Wolfe e não consigo expressar o quanto nos divertimos. Eu sei que eles foram definitivamente uma escolha pessoal do Al. Eu acredito que ele ouviu a música deles num anúncio e gostou muito.


M.I. - A banda estará muito ocupada em tournée até o final do ano... como te mantens são durante esse tempo?

Honestamente, eu divirto-me mais quando estou em tournée. É a única coisa que me mantém são. O facto de que a nossa dinâmica é tão divertida facilita as coisas. Nós damo-nos todos bem e divertimo-nos juntos. Eu ou passo o tempo em palco ou a passear e a visitar o máximo possível.


M.I. - Como é que as pessoas estão a reagir a “AmeriKKKant”? Comparando-o com os outros álbuns da banda, na tua opinião, quais são as principais diferenças?

As pessoas estão muito ligadas a Amerikkkant!!! Acredito que a principal diferença é que foi lançado no momento adequado, quando o nosso governo está de pernas para o ar e contra a humanidade. Este álbum é a voz necessária para projectar os problemas actuais através da música!!!!! Por isso é que “Amerikkkant” é importante!!


M.I. - "AmeriKKKant" está cheio de mensagens políticas... acreditas que o povo americano está apenas entorpecido e passivamente a assistir à queda do seu país?

Nunca vi as pessoas tão chateadas em toda a minha vida!!!! Especialmente o povo americano de qualquer descendência latina, incluindo-me a mim!!!!! As pessoas estão, finalmente, a tomar medidas, seja através da música, da fala ou do protesto!!!


M.I. - Isto não é novidade para os Ministry pois a banda já lançou uma trilogia anti-Bush no início dos anos 2000. Como é que a política ainda consegue ser um tema interessante para um álbum depois de tantos anos?

Quando os homens no poder estão a aprovar leis e a fazer coisas para f*der o seu próprio pessoal e criar uma grande divisão racial, podes ter a certeza que se vai fazer um álbum sobre isso!!!!!


M.I. - Qual é o impacto do KKK nos EUA neste momento?

Eu não lhes daria crédito nenhum para dizer a verdade. A única diferença é que, muitos deles, estão a afirmar-se agora porque está a ser-lhes feita uma lavagem cerebral para pensarem que está tudo bem em ser racista!!!!! Encorajo todos esses tipos a fazerem um teste de ADN ancestral e perceberem que não há um único ser humano nesta terra que seja tão puro quanto eles pensam que são!!!!


M.I. - Nos concertos da banda, é usada a voz de Trump a dizer "Vamos tornar a América grande outra vez" e algumas imagens animadas de Trump a ser espancado... desta vez é o Trump, mas outros presidentes americanos também estragaram as coisas. Qual é a coisa que ele fez que mais odiaste? O mundo ficou abalado quando ele foi eleito... como é que o povo americano foi capaz de escolher uma pessoa tão egocêntrica e insana para liderar o seu país?

A única coisa que mais me chateou foi ele continuar a f*der com pessoas de ascendência latina!!!! Eu sou um americano de ascendência mexicana, 2ª geração da minha família a nascer e crescer numa cidade de fronteira: El Paso, Texas!!!! Os meus avós, do lado da minha mãe e do meu pai, imigraram do México e tornaram-se cidadãos americanos. Eles trabalharam no duro para perseguir o sonho americano de dar aos seus filhos uma vida melhor. Quando ele lixa os mexicanos, é um pouco pessoal para mim!!!


M.I. – Já há muito tempo que o Al não estava em estúdio com uma banda. Como foi a experiência de estar em estúdio com ele? Sentiste-te intimidado?

É claro que foi muito emocionante para mim, por ser a primeira vez que contribui para um álbum dos Ministry, mas nunca me senti intimidado. O Al sempre foi gentil comigo e sempre me fez sentir bem-vindo.


M.I. - O estado do mundo é extremamente complicado e a humanidade e as suas escolhas são culpadas por isso. É tarde demais para mudar a direcção das coisas agora?

Nunca é tarde demais para a mudança. As pessoas precisam unir as forças e fazer as mudanças acontecerem. Protesta, escreve uma música, faz o que for preciso para mostrar o teu ponto de vista e faz uma mudança.


M.I. - Entraste para a banda em 2015. Como é que isso aconteceu?

Eu conheço o Sin desde 2000. Fizemos uma tournée juntos mas em bandas diferentes. Quando chegou a hora de os Ministry se reunirem novamente, ele mandou-me uma mensagem e perguntou se eu estava interessado em fazer o teste e eu disse que sim. Ensaiei com a banda e, duas semanas depois, fiz o meu primeiro concerto com os Ministry em frente a 50.000 pessoas em Adelaide na Austrália.


M.I. - Quão complicado / fácil é trabalhar com o Al Jourgensen?

Foi espectacular trabalhar com o Al. Nunca foi complicado. Desde que faças o teu trabalho e conheça as tuas partes, está tudo bem. Ele tem sido incrível para mim.


M.I. - Este é o primeiro álbum de Ministry em que estiveste envolvido. Como é o processo de gravação nesta banda?

Em “Amerikkkant” o Al deu-nos uma ideia da direcção ele tinha imaginado e nós apenas juntamos as nossas ideias. O Al tem um processo de fazer as coisas, uma fórmula que nunca deve ser mudada na minha opinião. Ele cria as ideias e o que ele sente que representa os Ministry!!! Ele é um génio!! 


M.I. - Qual das novas músicas é a tua favorita? Quais preferes tocar ao vivo?

Devo dizer que a minha música favorita, do novo álbum, para tocar ao vivo é “Twilight Zone”.


M.I. - Como novo membro, tens liberdade para criar e apresentar as tuas ideias? Fizeste-o?

Eu pude fazer isso em “Amerikkkant”. Sinceramente não esperava poder fazê-lo e tive a honra de ter contribuído com algumas ideias.


M.I. - Por favor, deixa uma mensagem aos fãs portugueses dos Ministry. Espero que toquem cá em breve! Muito sucesso!

Keep Kicking Ass!!!

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Entrevista por Sónia Fonseca