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Wombbath - "Beyond the Abyss" Review

Quando um país nos presenteia com bandas como Entombed, Unleashed ou Hypocrisy é relativamente fácil para outras bandas caírem no esquecimento ou mesmo passarem despercebidas. Por outro lado, tenho que mostrar o meu apreço pela perseverança demonstrada em voltar ao ativo (com somente um membro da formação clássica, o guitarrista Hakan Stuvemark), após um curtíssimo interregno de 19 anos (de 1995 a 2014). Desde a reunião ou reformação da banda já lançaram 06 álbuns.

Outras bandas que se formaram na mesma altura, leia-se início dos anos 90, não passarem do primeiro álbum, como, por exemplo, God Macabra ou Authorize. Já bandas como os Grave ou Vomitory têm conseguido manter uma carreira assinalável ao longo dos anos. Estes suecos preconizam uma sonoridade com cadências brutais, riffs ora rápidos, ora lentos (sempre pesados).

Os ingredientes expectáveis neste tipo de lançamentos estão todos presentes, vociferações guturais, ritmos pesados de bateria, um baixo sempre presente e demolidor. Contudo, estes senhores provam que conseguem muito mais do que somente comporem e tocarem com força bruta. Ao longo dos 9 temos principais e da pequena introdução as faixas são sempre interessantes e dinâmicas.

Os solos são melódicos e muito bem estruturados, a fazer lembrar o tempo em que os Death eram reis e senhores do género ao qual deram o nome. Os temas têm sempre espaço para não se tornarem monocórdicos ou enfadonhos, havendo vários momentos em que o baixo guia a música enquanto as guitarras devaneiam num pranto quase arábico. Ritmos e melodias dissonantes pontilham algumas músicas, quase como se de uma singela homenagem os Demilich se tratasse. Apontamentos orquestrais contribuem, de sobremaneira, para a ambiência lúgubre deste trabalho.

Acaba por ser um trabalho que engloba as características mais tradicionais dos primórdios da banda, com uma sonoridade virada para o futuro. Em suma, não estão ao nível de uns Morbid Angel, mas podem ombrear com uns Malevolent Creation.

Nota: 8/10

Review por Nuno Babo