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Midnight - "Into The Night" Review


Quem são estes Midnight de aspecto vintage? Mais uma banda retro que surge-nos do nenhures? Antes pelo contrário, na verdade os Midnight são vintage não por opção mas mesmo por não terem escolha. Oriundos dos Estados Unidos no final da década de setenta, este “Into The Night” é um dos casos em que um álbum é/foi editado e depois passa ao lado de toda a gente assim como a banda, que viria a dissolver-se no início da década de oitenta. De salientar que este álbum foi gravado pela própria banda em 77, sem qualquer apoio e sem editora – hoje algo comum, mas na altura, totalmente improvável.

Será que temos aqui uma pérola esquecida do rock/hard rock/proto heavy metal? Depende realmente dos padrões de exigência e daquilo que se procura. Não se pode dizer que o som dos Midnight seja propriamente algo revolucionário para altura, nem tão pouco essencial para o que se procura hoje em dia. E posto isto em cima da mesa e fora do caminho, é-nos mais fácil apreciar este trabalho sem qualquer tipo de expectativas enganosas. O som é primitivo e totalmente ingénuo, tal como os primeiros trabalhos de muitas bandas clássicas, no entanto, não nos podemos focar em exercícios de “o que aconteceria se” já que a única que temos disponível agora é mesmo este “Into The Night” que nos mostra tanto dos anos sessenta como dos anos setenta.

Pegando em faixas como “Crazy Little Momma” conseguimos ver muita dessa ingenuidade, que chega a ser enternecedora mas que não causa reacções mais fortes ou emocionais que essa, depois temos outras tais como a “Smoke My Cigarettes” que sem dúvida que são mais interessantes, com um travo rock’n’roll que faz com que se torne um dos pontos altos, junto com a espécie de power ballad “Time Will Tell”. Embora tenha um forte sabor a rock clássico, existe aqui umas guinadas no estilo que nem sempre correm bem. Não é por isso uma revelação do passado que tivesse urgência em ser partilhada nos dias de hoje ou que tenha impacto suficiente para alterar o quer que seja, embora, pelo factor de curiosidade e para os apreciadores vintage, garanta umas boas audições.


Nota: 6/10

Review por Fernando Ferreira